FERNANDO PESSOA
A pálida luz da manhã de Inverno
O cais e a razão
Não dão mais esperança, nem uma esperança sequer,
Ao meu coração.
O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou não.
No rumor do cais do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem um vazio sequer,
Para o meu esperar.
O que não tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.
Sim, tudo é certo logo que o não seja,
Amar, teimar, verificar, descrer –
Quem me dera um sossego á beira-ser
Como o que à beira-mar o olhar deseja.
3 comentários:
Quero só deixar uma sugestão, ou um pedido, como entender. Volte ao formato antigo, porque com este, os meus olhitos meio vesgos, mesmo com óculos quase não conseguem ler.E eu gosto de ler o seu blogue.
JÁ dei um pequeno contributo à sua sugestão! Espero que esteja do agrado do caro/a anónimo/a...
Tira-lhe mas é a rolha ...
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