sábado, 10 de dezembro de 2005

0583. Bom Dia...


Anjos seduzem-se: nunca ou a matar.
Puxa-o só para dentro de casa e mete-
-Lhe a língua na boca e os dedos sem frete
Por baixo da saia até se molhar
Vira-o contra a parede, ergue-lhe a saia
E fode-o. Se gemer, algo crispado
Segura-o bem, fá-lo vir-se em dobrado
P'ra que do choque no fim te não caia.

Exorta-o a que agite bem o cu
Manda-o tocar-te os guizos atrevido
Diz que ousar na queda lhe é permitido
Desde que entre o céu e a terra flutue –

Mas não o olhes na cara enquanto fodes
E as asas, rapaz, não lhas amarrotes.

"Da sedução dos anjos", Bertolt Brecht

5 comentários:

Anónimo disse...

Julgo que num blog destes não haveria necessidade de ser tão explícito. Com sinceridade e sem falsos moralismos o digo.

Paulo Dâmaso disse...

O teu não é meu logo não devo altera-lo, como deve compreender.

Anónimo disse...

Ah Poesia.Boa ideia.E Brecht era Brecht portanto quem não perceber o conteudo artistico e só for capaz de ver o poema pelo lado "pornografico" terá que meter umas gotas nos olhos.

"Do rio que tudo arrasta se diz que é violento,mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem".Bertold Brecht

Acácio Simões disse...

é pá...o gajo passou-se ! ! ! !

Anónimo disse...

O final do poema do Brecht é ligeiramente diferente, embora com o mesmo sentido:
(...) "as margens que o oprimem" é o que consta da tradução de Paulo Quintela.