Um vereador de eleição
Vira as costas ao debate!
Deu-lhe um “vaip” de repente
E só pode estar presente
Se o sino toca a rebate!
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Um doutor da mula russa
Diz sem vergonha na fuça
Que a barata estava à vista!
Ó doutor não faça guerra
Vá mas é prá sua terra
Você é um paraquedista!
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Os vereadores são ceguinhos
São artolas ou anjinhos
Não vêem que a praia está feia!
Porque é que ainda não limparam
O barro que acarretaram
Para as construções na areia!
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Como já não há tostão
Só há uma solução
É ir pedir para o mercado!
Pernas toca viola
Coelho agarra a sacola
Enquanto vai cantando o fado!
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Esse fado conta a história
Do que não há memória
Uma câmara assim tão mal!
Dêem-nos qualquer coisinha
Pra pôr-mos nesta terrinha
Iluminação de Natal!
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E se esse peditório
Não for satisfatório
Tem outra solução!
Metem a viola na mala
Vão de barco até à Gala
À apanha do Berbigão!
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O pior é se depois
Gastam o dinheiro os dois
Pronto! Fomos roubados!
Não é de admirar
Baralha e torna a dar
Já estamos habituados!
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Batem sempre no ceguinho
Quem se lixa é o pobrezinho
Não há deuses que lhe acudam!
Mandam postas de pescada
É sempre a mesma cagada
Só as moscas é que mudam!
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Andam sempre de gravata
Só comem pastéis de nata
Só tem quem os engraxe!
Vão fazer compras a Andorra
Nunca fazem uma porra
Só trabalham pró «flash»!
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Já chega por agora
Vou apanhar lá para fora
Um ar fresquinho na tromba!
Ainda faço uma loucura
E mando vir da sepultura
O artista de Santa Comba!
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por Peter-Silgo
1 comentário:
esaa poesia não envergonhava o nosso querido António Aleixo !
Parabéns ao vate figueirense...
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