A morte de alguém é sempre um momento particularmente difícil. Mais quando se perde uma pessoa com quem se teve o privilégio, ainda que por pouco tempo, de privar.
Ontem, Aguiar de Carvalho, antigo presidente de câmara cá do Burgo, foi a enterrar. A sua morte não deixou ninguém indiferente, mesmo aqueles que, em vida, e foram alguns, o atraiçoaram e lhe deram facadas nas costas. Muitos, até, do seu partido de sempre: 0 PS. Mas não só…
Ontem, todos verteram lágrimas de crocodilo. Pousaram para o “flash” e fizeram-se notar. Palavras de circunstância? Muitas… para a imprensa e mas conversas entre amigos (da onça?!).
Estas alturas são sempre propícias para mais uma fotografia na imprensa…
Mas há um episódi0 que ontem me causou alguma perplexidade.
Aguiar de Carvalho foi presidente de câmara da Figueira, eleito pelo PS, durante quatro mandatos consecutivos (1983-1997). Não será este um factor mais do que suficiente para a câmara municipal se lembrasse de fazer parar o cortejo fúnebre em frente ao edifício da edilidade, casa que Aguiar serviu durante anos?!
Foi necessário o reparo dos jornalistas presentes, que sugeriram ser de bom-tom que o cortejo passasse, e parasse, junto à câmara da cidade?! Mais. Foi preciso quase que apelar ao sentimento: “Não só pelo simbolismo do momento, mas por aquilo que o Eng. representou para a cidade… ”. É triste…
Agora perguntam vocês, o que tem o título deste post a ver com o que anteriormente escrevi. “O que tem o título deste post a ver com o que anteriormente escreveste?”. Tá bem, eu respondo…
Tendo a autarquia decretado luto municipal pela morte do antigo autarca, não deveria o gabinete de imprensa (penso que ainda existirá, ou também já por lá andam os cortes orçamentais?) ter informado os órgãos de comunicação social locais, regionais, e até nacionais, dessa determinação, através de fax ou e-mail?!
Não há ninguém dentro da edilidade que tenha tido a sensatez de emitir um comunicado público a lamentar o sucedido?!
Há coisas que não se entendem, mas pronto (ou prontos, como dizem muitos!)… É o que se tem… E a cavalo dado não se olha o dente…