segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

0708. No Comment II

Clicar para ampliar

6 comentários:

Anónimo disse...

Cavaco Silva foi eleito, à tangente, Presidente da República Portuguesa.
Parabéns para o novo Presidente da República, desejando o Politicaehouse que exerça o seu mandato com sentido de Estado e extrema responsabilidade, até porque ele sabe que foi eleito, também, com os votos do centro de esquerda que não se reviram, nem em Mário Soaes, nem em Manuel Alegre. Os nossos votos de felicidades.
Manuel Alegre beneficia, para uns oportunisticamente, para outros inteligentemente, do voto dos descontentes com as medidas do Governo de um conjunto de classes sócio-profissionais; dos professores aos magistrados, dos polícias aos militares, dos médicos aos farmaceuticos, dos demais funcionários públicos aos que mais ganham em Portugal.
O facto é que Manuel Alegre espreitou essa brecha, analisou as suas possibilidades, que seriam as de qualquer outro deputado mais mediático que se colocasse sistematicamente na posição fácil e confortável de ser SEMPRE contra-poder, mas indisponibilizando-se, igualmente sempre, para ajudar o executivo, ou fazendo parte de um executivo, a fazer coisas para melhorar a vida dos portugueses.
É curioso que Alegre fez de toda a sua vida política uma vida de contra-poder, de contra-sistema. Porém, ele fez e faz parte desse sistema que tanto critica e que beneficiou mais do que qualquer outro. Foi deputado desde 1974, sendo várias vezes imposto pelos sucessivos secretários-gerais, nomeadamente Mário Soares, às estruturas de base do PS por onde Alegre foi sendo cabeça de lista ( em especial depois de ter sido recusado pelos militantes de base do PS-Coimbra ). O que é isto senão estar dentro do tal sistema de que Algre tanto mal fala e que tantas vezes o beneficiou ?
Mário Soares é sem dúvida o único grande Estadista vivo em Portugal.
Ao contrário do que passou na comunicação social, foi escohido pelo PS porque o PS sabia que Manuel Alegre não teria nunca as bases a trabalhar para si. É uma figura snob e arrogante que muitos conhecem bem. Jamais mobilizaria o PS. Mobilizou os portugueses porque não o conhecem, por um lado, porque a poesia encanta os artistas, porque aproveitou de forma repugnante os efeitos das medidas difíceis do Governo, colocando-se à margem de um partido que lhe deu o pão e a boa vida nos últimos 30 anos e para onde, agora, quer regressar.
Soares aceitou, quando já nada a política lhe poderia dar, candidatar-se. Foi igual a si mesmo. Nunca se colocou à margem das medidas dificeis do Governo e até concordou com várias, assumindo o risco de isso lhe retirar votos. É um grande político que deixará saudades na vida política activa portuguesa, com todos os seus defeitos, naturalmente.
Un grand senheur. Un grand politique.
in politicaehouse

Anónimo disse...

"Só é vencido quem desiste de lutar."

Miguel Torga

Anónimo disse...

Parabéns a Soares pela coragem e por tudo o que deu a Portugal

Anónimo disse...

CARTA ABERTA
Camarada Mário,

Numa altura em que se generaliza o uso ao conceito de carta aberta, também não quis deixar de me dirigir a si dessa forma.

Quero-lhe agradecer. Por tudo o que fez antes e depois do 25 de Abril. Por ter sido secretário pessoal de Norton de Matos e também por ter estado do lado de Humberto Delgado. Por ter lutado no exílio pela Revolução dos Cravos. Pelo Vinte e Cinco de Novembro. Por ter evitado a bancarrota no nosso país, com as medidas de austeridade que tomou enquanto foi chefe de governo. Pela adesão à CEE logo em 1986, acontecimento em que foi preponderante a sua influência junto de "son ami Miterrand". Por ter dado uma visão moderadora do órgão de Presidente da República.

Mas quero-lhe, sobretudo, felicitá-lo. Por sempre defender acerrimamente aquilo em que acreditou toda a sua vida: o Socialismo Democrático, a fraternidade e a tolerância. Por estar sempre do lado do seu PS, apesar de, e ao contrário de outros que o negaram, já não ser seu dirigente há 20 anos. E, sobretudo, por ter dito que jamais se candidataria sem o apoio do Partido Socialista. Quando outros queriam esse apoio e embirraram só por não terem sido eles os escolhidos pelo nosso secretário-geral e primeiro-ministro de Portugal. Isso revelou, uma vez mais, a sua coluna vertebral.

Você é o maior estadista Português, pelo menos, dos últimos 50 anos. É isso que ficará na história.

Valeu a pena o sonho que você idealizou em 1973 na Alemanha. Esse sonho que tão bem está entregue nas mãos do nosso camarada José Sócrates. Não o deixemos cair nas mãos erradas.

Uma última palavra: fiz campanha por si nas ruas, nos mercados e nas feiras. Éramos poucos, bem sei. Os poucos de sempre que sempre aparecem quando as coisas estão em baixo. Ao contrário de muitos outros, eu prefiro estar com quem acredito nos momentos difíceis. Porque sei que nos fáceis eu não serei tão útil.

Foi uma honra ter estado do seu lado, Camarada Mário Soares.

Humberto José da Cruz Coelho

Anónimo disse...

ó Humberto :
vai dar banho ao cão !

Anónimo disse...

Como se diz nos meios artisticos a obra de arte quando acabada sobrepõe-se ao artista.Se a obra de arte é a democracia portuguesa,o artista será Soares(não só é claro).E agora teremos alguns anos até que a economia Portuguesa se sobreponha ao seu artista(Cavaco).Veremos se com tanta raiva e ressentimento quanto Portugal Democratico se livrou de um dos seus artistas.Por isso é que não tendo votado(e espero que não me digam que não posso ter opinião por isso) não tenho grande fezada nestes resultados.E já agora e porque a arte é de um campo diferente da politica(que esta menospreza por razões sinistras), gostava que tivesse ganho um artista.Simplesmente este(Alegre) não era um bom artista.É um ser hibrido com maior tendencia politica.Mas provavelmente começou algo.Para quê colocar um povo com muito dinheiro no bolso se este não é sabedor de como o gastar?Cultura meus amigos, a par do dinheiro tem que vir a cultura e a arte(porque agora já todos sabemos ler , escrever e votar).Desprezá-las e negá-las significa a médio prazo voltarmos aos mesmos problemas.