sábado, 17 de junho de 2006

# 1217. ODE TO HER...

«Seus Olhos»
Almeida Garrett

Seus olhos – se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
Não tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;

E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.

Divino, eterno! – e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda alma senti...

Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.

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