segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

# 1746. [correio dos leitores]

«Sem desculpa

Roubar, e ainda por cima não ter escrúpulos em matar para o fazer, são actos revoltantes. O ser humano tem estes instintos primitivos e bárbaros marcados de forma estranha e não compreensível na sua génese, como uma mensagem eterna que nos deve fazer lembrar de onde vimos.

E para onde vamos? Isso não está marcado. Isso depende de nós. Queremos evoluir, ou antes voltar às origens? Queremos levantar os braços bem alto e abraçar o infinito, ou antes voltar a assentar os quatro membros no chão tendo como limite o reduzido espaço visual que esta posição nos permite?

Quando somos confrontados com um cenário destes, na vida real, em que as vítimas são pessoas amigas, somos bombardeados por uma quantidade tão grande de sentimentos e vontades que nos provocam uma sensação de amargo verdadeiramente desconfortável.

Queremos fazer justiça com as próprias mãos, queremos punir com os maiores horrores quem foi capaz de fazer tamanha atrocidade. É legítimo termos este tipo de pensamentos, e de gritar bem alto a revolta que nos vai por dentro.

Será legítimo aplicá-lo na prática, como nos apetece? Não será isso fazer o caminho de volta às origens? Se por um lado é indiscutível que os criminosos têm de ser punidos severamente pelos actos condenáveis que praticaram, por outro lado não devemos perder a pouca confiança que nos resta na justiça e nos órgãos que ela tem ao seu alcance para se fazer cumprir. Os agentes policiais têm um papel primordial na recolha de elementos que levam à detecção e detenção destes criminosos.

Quem como eu, presenciou o empenho com que lidaram na recolha de provas no triste caso do assalto à ourivesaria do “Ti Urbano” - que só não teve um desfecho mais trágico graças à grande coragem que ele teve em conseguir vir á janela pedir socorro apesar da gravidade dos ferimentos – fica com a certeza de que nem tudo está perdido. Temos pessoas interessadas em que os valores da justiça se sobreponham aos do crime. Fica aqui o meu voto de incentivo e ao mesmo tempo de agradecimento.

Jonas»

NOTA: TEXTO RECEBIDO POR E-MAIL [paulo.damaso@gmail.com]

3 comentários:

Anónimo disse...

Chavez ganhou. Viva Chavez, viva el socialismo, abaixo el capitalismo, abaixo el diablo...
La globalizacion no entra en América latina. viva la humanidad...

Anónimo disse...

cala-te viño.

Anónimo disse...

Consigo compreender o sentimento de revolta do "Jonas"; quando só se lê uma notícia, imagina-se mas nao se sente - quando se passa algo com os amigos é diferente...
Situacoes identicas estao hoje na ordem do dia, sempre noutros sítios...Agora perdeu-se a inocência e o quotidiano real e bruto aparece em cena.

Alfredo Stoffel em Rügen