Larry e Peter
"Soubemos da prova e nem hesitámos em participar", contou, ao JN, Larry Riches, enquanto Peter Smith, com o seu fato de macaco azulão, ia dando os últimos retoques na mecânica do velhinho Ford T, de 1923.
Trajando o típico chapéu de coco britânico, Larry Riches revelou que esta será a primeira corrida que o seu automóvel participa no último quarto de século.
"Comprei-o no ano passado, em Nova Iorque, Estados Unidos, e, segundo o antigo dono, há já 26 anos que ele estava parado. Vamos fazer figas para que aguente os 300 quilómetros desta prova", afirmou o inglês. "Este será um grande teste para o automóvel", acrescentou.
Antes de chegar à Figueira da Foz, o duo, que forma a "Team John Bull", fez escala em Southampton (porto de onde saiu o mítico Titanic), com Setúbal por destino. "Foi a única maneira de trazermos o nosso carro até aqui", explica Larry, confiante que o seu Ford T "cumprirá a missão".
Mas para que tudo esteja "afinado", o mecânico Peter Smith não tem descanso. "O trabalhado difícil não é agora, mas antes no próximo fim-de-semana, numa grande corrida em Londres. Agora vou apenas afiná-lo para percorrer 300 quilómetros", referiu Peter.
A prova, que é uma reedição da corrida mais antiga da Península Ibérica, cuja primeira edição foi realizada em 1902, cativou ainda automobilistas espanhóis e portugueses. Entre "as velhas senhoras", 50 no total, o destaque recaía, ainda, no Rexette, de 1904, o mais antigo veículo da prova.
Texto e fotos: Paulo Dâmaso
PS – Restou acrescentar que, ao contrário da grande maioria dos súbditos de Sua Majestade, Larry e Peter não gostam, nem querem ouvir falar, de futebol… Preferem cerveja. Não os censuro!
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