quinta-feira, 16 de março de 2006

0895. MPM - Movimento Pró-Maternidade

Este blog lança um repto à comunidade figueirense, e não só, com a INTENÇÃO de ESPICAÇAR para a constituição um movimento cívico em defesa da maternidade do Hospital da Figueira da Foz, e com o objectivo de alertar para as consequências nefastas que o encerramento daquele serviço trará para a população.

O «Movimento Pró-Maternidade» propõe um combate, sem tréguas, à decisão “aberrante” do ministro da Saúde, António Correia de Campos, de encerrar o bloco de partos da Maternidade do Hospital Distrital da Figueira da Foz.

Com o despacho, já assinado, o Sr. Ministro “ordena”, qual atitude ditatorial, às mulheres figueirenses, e de outras regiões limítrofes, que realizem o seu parto nos Hospitais de Coimbra (a 42 Km) ou de Leiria (a 54 Km).

A actuação do MPM - Movimento Pró-Maternidade - está limitada a uma organização cívica não formalizada. Qualquer cidadão interessado em defender a manutenção da maternidade figueirense poderá fazer parte deste mesmo movimento.

Diga: NÃO AO ENCERRAMENTO DA MATERNIDADE DA FIGUEIRA…
A SAÚDE NÃO É UMA BRINCADEIRA, ANTES UM DIREITO.

Responda: QUER QUE OS SEUS FILHOS NASÇAM EM COIMBRA OU LEIRIA? EU NÃO…

7 comentários:

Anónimo disse...

Creio ser interessante verificar qual a posição dos figueirenses, estou à vontade para poder afirmar que será positiva, pois já há cinco anos, quando se entregou, durante a inauguração do Centro de Saúde de Buarcos, ao Sr. Ministro de então, Correia de Campos e actual Ministro da Saúde, o abaixo assinado ( cerca de 5.000 assinaturas) pela defesa da urgência do HDFF e da Maternidade, os figueirenses responderam presente.

Anónimo disse...

Carta a um bebé que não nascerá… na Figueira

Meu amor, minha vida, meu pedacinho de céu,

Espero que estejas bem, aí, dentro de mim, bem perto do meu coração, onde já tens lugar cativo. Ainda és demasiado pequeno para eu te sentir mexer, mas desde que soube da tua existência que mexeste com a minha vida. Imagino-te de mil e uma formas, sonho com as tuas mãozinhas pequenas, com as tuas bochechinhas rosadas, com a tua boquinha sequiosa do meu leite, com o teu corpinho delicado a repousar sobre o meu, ouvindo tranquilamente o bater do meu coração que já só bate por ti.
Amo-te, meu bebé lindo. Espero-te ansiosamente, e já comecei a preparar a tua chegada. Tenho também o dever de te preparar, porque é possível que a tua entrada neste mundo não seja tão cor-de-rosa como a do teu irmão, que nasceu há dois anos. No dia em que ele nasceu, a mamã começou a sentir um desconforto, umas dores ligeiras, durante a manhã. Ainda assim, trabalhei como se nada fosse, convencida de que era apenas o teu irmão a mexer-se um pouco mais, demasiado apertado já no meu ventre. À hora do almoço achei melhor ir ao hospital ver se estava tudo bem. O papá levou-me, atravessámos as pontes e eu lembro-me de pensar que a Figueira é uma cidade linda, uma cidade boa para se ter um bebé, para se criar uma criança, para ver crescer um homem saudável.
Cheguei ao hospital e rebentaram-me as águas. Assim, sem aviso, dez minutos depois de eu ter decidido sair do trabalho e ir ao hospital. Foi uma sorte. Fui logo para uma sala onde me colocaram uma espécie de cinto para ver se estava tudo bem com o teu mano, e uma enfermeira ia observando a dilatação, vendo como é que tudo estava a correr. Apesar das dores, muiiiiiito fortes, eu estava calma. Quando as dores passaram dos limites e a dilatação estava no ponto exacto, a enfermeira chamou o anastesista, para me dar a epidural. Não acabou com a dor, mas atenuou-a, ajudando-me a cumprir todas aquelas respirações que eu e o teu pai tínhamos treinado nas aulas de preparação para o parto, e que ajudaram o teu irmão a nascer, algumas horas depois, com toda a naturalidade, sem forceps, sem ventosas, sem cesariana, apenas com a mão do teu pai esmagada entre os meus dedos e as instruções do pessoal médico, à minha volta naquela mesa voltada para a janela de onde se vê o mar. O mar… mostrei-o ao teu irmão na manhã seguinte, sentindo, julgo que ambos, que tudo aquilo era nosso: a nossa terra, o nosso mar, a nossa vida, prontinha para começar ao som da natureza.
Já tu, meu amor, não nascerás na terra onde os teus pais se apaixonaram, e a mamã não poderá estar no hospital dez minutos após as contracções começarem a apertar, e certamente não chegará a tempo da epidural, por isso não leves a mal se eu gritar muito e ficar nervosa. Também terás de ter paciência se algo correr mal e acabares por nascer na ambulância, a caminho de Coimbra. A trepidação de uma viagem tão longa não vai ajudar a manter-te dentro de mim, percebes isso, não é, meu bebé? E nos dias seguintes não fiques triste se eu te parecer triste: eu serei a mamã mais feliz do mundo quando te tiver ao colo. Mas vou estar um bocadinho triste porque vamos estar praticamente só os dois: o papá tem de tomar conta do mano na nossa casa, que fica a muitos kms do sítio onde vais nascer, e por isso não pode fazer a viagem muitas vezes. Os nossos amigos também não poderão ir visitar-te como se estivesses a 15 minutos de distância, não é? E a mamã estará frágil, e far-lhe-ão falta esses mimos, sobretudo quando aparecerem as visitas para as mamãs na cama ao lado, que estão na terra delas, a poucos minutos de suas casas.
Mas quando chegarmos a casa, meu amor, quando chegarmos à minha terra, vou mostrar-te o mar, o areal, a serra, as lagoas, o pôr-do-sol fantástico que a Figueira da Foz tem, e vou pedir-lhe que te adopte como seu, que esqueça que foste nascer longe, porque nem tu nem eu tivemos culpa.
Enfim, meu pequeno milagre, despeço-me rezando, eu que nem crente sou, para que tudo corra bem. Porque se não correr, minha vida, se algo de mal te acontecer, por causa de dinheiro, para poupar dinheiro, eu vou até ao fim do mundo, eu vou para a cadeia se preciso for, mas os responsáveis não hão-de ficar impunes.
Mas vai tudo correr bem, meu coimbrinha lindo. Quem sabe a mamã e o papá não conseguem, até tu nasceres, mudar-se de vez para Coimbra? Dizemos adeus ao mar mas ao menos ficamos mais perto dos centros de poder, aqueles onde dificilmente se aceita que a qualidade de vida das populações diminua em vez de aumentar.

Beijos da mamã que te adora,

Figueira da Foz, 16 de Março de 2006

Anónimo disse...

Respeitando o sentido de voto das pessoas, tenho que respeitar que a saúde deixou de ser um direito, passou a ser um negócio.
Fechem a maternidade, fechem tudo... há que respeitar a maioria, ou não é? e a maioria vota PS/PSD, ou não é?

Anónimo disse...

Este governo não tem respeito pelas mulheres, é o que sinto

Anónimo disse...

Oh Joana!
Querias respeito pelas mulheres de um governo liderado por um gayzito? Tem juizo.
Ele vai-te mostrar o respeito pelas mulheres é quando se preocupar em legalizar os casamentos panascas. Agora Maternidades???

Anónimo disse...

Eu estou dentro do movimento ou manifesto. Maria L. Duarte

Anónimo disse...

Esse ministro idiota está cheio de serradura na cabeça. Mas não é só ele, não.