quinta-feira, 26 de abril de 2007

[ Silênciar as minorias ]

João Carlos Paulo (à esquerda) na altura em que tentava intervir na Sessão Solene do 33º Aniversário do 25 de Abril. Momentos depois alguém deu ordem à filarmónica presente na sala para tocar, abafando a intervenção do deputado. Fotografia: Paulo Dâmaso

"A Sessão Solene Comemorativa do 33º Aniversário do 25 de Abril, na Figueira da Foz, ficou marcada pela polémica. Um deputado municipal eleito pelo Bloco de Esquerda (BE) foi impedido de discursar. O bloquista João Carlos Paulo criticou a “negação” de um direito consagrado na Lei.

O eleito pelo BE, João Carlos Paulo, que está ao abrigo do Estatuto de Independente, pretendia usar da palavra para “homenagear o Poder Local e as conquistas de Abril” mas a sua ambição esbarrou no presidente da Assembleia Municipal (AM), Vítor Pais.

O episódio, insólito, aconteceu já na recta final dos discursos protocolares, quando João Carlos Paulo se dirigiu aos presentes no salão dos Paços do Município reclamando o seu direito à Palavra. Na tentativa de abafar o sucedido alguém deu ordem à filarmónica presente na sala para tocar, abafando a intervenção do deputado.

“O 25 de Abril ainda não chegou à Câmara Municipal da Figueira da Foz, especialmente com este presidente da AM”, protestou, João Carlos Paulo, a quem o BE retirou as confiança política no início do mandato.

Vítor Pais, independente eleito pelas listas do PSD, entende, por isso, que João Carlos Paulo “não tem direito a usar da palavra”. “É um deputado independente e isto não é uma sessão aberta a intervenções ah hoc. Foi entendido que falariam apenas os representantes dos partidos”, justificou, aos jornalistas, Vítor Pais"

in Rádio Clube Foz do Mondego

10 comentários:

Anónimo disse...

O Vitor Pais está cheio de razão.
Se o Deputado Municipal representasse o BE, deveria ter falado.
Como está como independente......chapéu

Anónimo disse...

Então e pelo facto do deputado ser independente não pode falar? Bahhhh

Quer dizer que hoje que há assembleia municipal o sr. deputado, eleito pelo BE, mas independente, pode falar. Mas ontem não? Porque?

e o sr. presidente da assembleia municipal? também é indepentende. se o psd lhe retirasse a confiança política? também não teria falado ontem enquanto presidente daquele órgão? e nas restantes assembleia , estaria calado ?

deixem-se de merdas. o deputado joão paulo teve foi as "bolas" que outros, nesta mísera terrinha, não t´^em.

Força Dr. João Paulo. A democracia de sargeja, como estes senhores apregoaam, ter que ir cano abaixo. Admiro a sua coragem.

Anónimo disse...

Penso que é inquestionável que o direito à palavra está garantido desde o 25 de Abril e consagrado na Lei.

Foi o deputado joão Paulo convidado ou pelo menos interpelado para saber se quereria usar da palavra?
Quem deide o modo das comemorações na Figueira da Foz?
Quem decidiu que apenas falariam os representantes dos partidos com assento na assembleia Municipal?
João Calos Paulo foi ou não eleito pelo Bloco?

Mas este caso não deixa de ser representativo da Democracia actual, podre, fraca e facista.
sim, fascista. é que hoje, a liberdade de ontem sai bem cara aos portugueses e às portuguesas. Depois não espanta que o Dr. Salazar vença concursos televisivos.
Meus senhores, respeitem-se.

Viva Abril

Anónimo disse...

grande João, assim é que é! Então o Pais só quer casar a mais nova no Paço e não quer deixar falar os deputados nos Paços? Deste-lhe bem amigo, e olha que até vi os senhores do PCP a corarem com a tua coragem. Ficaste a falar sozinho, é verdade, mas não te refugiste no medo, que o papão já lá vai há 33 anitos.
Até o Silva, presidente, te admirou, mas é claro que não pode dizer à frente de todos.
Um conselho bloquista atrevido, vai ver o que diz o regimento municipal. Talvez encontres um bom mote para uma queixa contra o Pais, empresário.

Anónimo disse...

Irra, há com cada um a escrever!

Vítor Ramalho disse...

É difícil ter-se liberdade quando não se tem pão, ou discordam? Alguns de nós estão convictos de que o estado miserável em que se encontra Portugal talvez passe por um facto que muitos ignoram, ou calam: as elites do Estado Novo que adormeceram a 24 de Abril de 1974 como ilustres da União Nacional adormeceram nas noites posteriores já como militantes dos PS e PSD, o gigantesco partido único que nos tem governado desde então. O seu passado foi enterrado e esquecido, mui convenientemente.

Portanto, uma Revolução em que não se mudam as elites governativas pode ser chamada de muita coisa menos de Revolução, eu diria que se tratou de uma mera intervenção estética. Se o Portugal pré 25 de Abril não era democrático, o que dizer do Portugal do pós 25 de Abril?

No movimento sindical o panorama não é diferente, o sistema vigente ofertou os direitos dos trabalhadores a um inofensivo PCP e é praticamente impossível legalizar-se um sindicato que fuja aos parâmetros do Sistema, ainda este ano foi declarado extinto um sindicato que o ousou fazer. Isto para vos demonstrar que o Sistema governa totalitariamente sobre todas as iniciativas, tanto de direita como de esquerda, que se ergam contra ele.

Não meus senhores, Portugal sofre hoje não devido à Revolução mas exactamente pelo contrário, Portugal não teve Revolução digna desse nome. Até a descolonização “exemplar” serviu apenas aos interesses capitalistas americanos e soviéticos, foram abandonados à sua sorte cidadãos portugueses brancos e negros, muçulmanos e cristãos, não por ser do interesse pátrio mas por conveniência das grandes potências da Guerra Fria.

A Revolução foi tão ineficaz que passados 33 anos o fantasma do Dr. Oliveira Salazar ainda assombra os políticos portugueses. Não comemoremos hoje a Revolução, choremos antes a falta de Revolução em Portugal!

Unknown disse...

Ó amigão Paulo, não chegou à Figueira?!... Eu diria mais: não chegou a lado nenhum!...

Um @bração
Zecatelhado

Unknown disse...

Um péssimo exemplo de intolerância no 25 de Abril. Mas os cravos estavam lá, de certeza!

Anónimo disse...

Qual péssimo exemplo qual carapuça. Então o gajo chega atrasado - a meio da sessão - e quer falar em último lugar?
Essa é boa. A democracia tem regras...

Anónimo disse...

O deputado chegou 10 minutos atrasado. E isso no caso é irelevante, porque a questão está na atitude do Pais, que pensa que está a gerir a Assembleia como se estivesse a gerir a empresa. Ele que leia o Regulamento da Assembleia e talvez encontre razões para a sua anti-democraticidade. Cambada de gentalha, que está a dar cabo deste País! Já repararam que ao longo destes 33 anos temos sido governados apenas por um partidão, PS-PSD, que apenas nos tem levado de encontro à completa destruição. 25 de Abril deveria repetir-se e pôr esta cambada de trambolhos, todos a zunir.