Nos abismos do infinito Uma estrela apareceu, E da terra ouviu-se um grito: Gilda, Gilda. Era eu maravilhado Ante a sua aparição, Que aos poucos fui levado Nos véus de um bailado Pela imensidão, Aos caprichos de seu rastro Como um pobre astro Morto de paixão.
Gilda, Gilda, Gilda e eu.
E depois nós dois unidos Como Eurídice e Orfeu, Fomos sendo conduzidos, Gilda e eu, Pelas mágicas esferas Que se perdem pelo céu Em demanda de outras eras, Velhas primaveras Que o tempo esqueceu Pelo espaço que nos leva Pela imensa treva Para as mãos de Deus.
O que é bonito neste mundo, e anima, É ver que na vindima De cada sonho Fica a cepa a sonhar outra aventura... E que a doçura Que se não prova Se transfigura Numa doçura Muito mais pura E muito mais nova...
2 comentários:
Gilda
Nos abismos do infinito
Uma estrela apareceu,
E da terra ouviu-se um grito:
Gilda, Gilda.
Era eu maravilhado
Ante a sua aparição,
Que aos poucos fui levado
Nos véus de um bailado
Pela imensidão,
Aos caprichos de seu rastro
Como um pobre astro
Morto de paixão.
Gilda, Gilda,
Gilda e eu.
E depois nós dois unidos
Como Eurídice e Orfeu,
Fomos sendo conduzidos,
Gilda e eu,
Pelas mágicas esferas
Que se perdem pelo céu
Em demanda de outras eras,
Velhas primaveras
Que o tempo esqueceu
Pelo espaço que nos leva
Pela imensa treva
Para as mãos de Deus.
paulo apaixonado
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...
Miguel Torga
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