quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
[ blogs pelo SIM ]
A menos de um mês do referendo sobre a despenalização do aborto, a Confraria das Bifanas lança o movimento: "Blogs pelo SIM à despenelaziação do aborto". Quem quiser aderir basta "gentilmente sacar" a foto ao lado, na coluna da direita, e coloca-la do seu blog/site.
Motivos para votar SIM no referendo:
Perspectiva liberal
De um ponto de vista liberal, não se pode tolerar que o Estado imponha aos cidadãos um qualquer ponto de vista moral. Os cidadãos devem ser livres de agir de acordo com as suas consciências, enquanto a sua actuação não fizer diminuir a liberdade dos outros cidadãos. Não podemos admitir que o Estado imponha aos cidadãos o seu julgamento moral sobre o que se pode ou não pode fazer.
A sociedade portuguesa está dividida no seu julgamento moral acerca do aborto: enquanto que muitos portugueses consideram o aborto imoral, muitos outros não partilham dessa opinião -- ou, pelo menos, agem em contradição com ela. Não cabe ao Estado intervir, decretando que qualquer destes grupos de pessoas tem razão.
Alguns tentam fugir ao argumento anterior, argumentando que, quando uma mulher aborta, estará a ofender as liberdades, nomeadamente o direito à vida, de outrem - do embrião abortado. Mas muitos portugueses não compartilham desta posição, uma vez que não consideram que um embrião seja um ser humano, provido de todas as liberdades e de todos os direitos de um ser humano. Mais uma vez, não cabe ao Estado intervir, impondo à sociedade um julgamento sobre quem é um ser humano e tem os inerentes direitos.
Perspectiva pragmática
O aborto é uma realidade lamentável mas inescapável. Embora seja triste que muitas mulheres efectuem abortos, essa é uma realidade que não podemos evitar. Podemos naturalmente tentar evitar o maior número possível de abortos individuais, mas devemos também procurar que os abortos que, de qualquer forma, serão praticados, o sejam nas melhores condições possíveis e com o menor sofrimento possível. Só a despenalização do aborto, dentro de um prazo realista (praticável), permite garantir que todas as mulheres que estejam firmemente determinadas a abortar o farão em condições seguras e não traumatizantes.
É necessário um compromisso entre o direito à vida e o direito ao planeamento familiar. Não há planeamento familiar eficaz sem a possibilidade de, como solução de recurso, abortar. Efectivamente, todos os meios contraceptivos falham, por vezes, seja por razões técnicas seja por falha humana. O direito à vida sugeriria que a vida humana deveria ser protegida desde o instante da concepção. O direito ao planeamento familiar requeriria a possibilidade de abortar até ao fim da gravidez -- tal como de facto é permitido nalguns países -- ou até mesmo de efectuar infanticídios -- tal como é praticado noutros países. O aborto até às dez semanas de gravidez é um compromisso bastante restritivo, mas ainda assim realista, entre essas duas posições extremas. Ele permite garantir que o planeamento familiar efectivo é possível, mas sem uma violação intolerável do direito à vida.
[ texto retirado do site Legalização do Aborto - Eu voto sim! ]
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5 comentários:
oieee!Desculpem os que teimosamente apoiam o SIM à despenalização do Aborto, mas duvido que alguém fique insensível às palavras e imagens da apresentação feita pelo deputado Cláudio Anaia, do PS..
Nem conseguirão, seguramente, negar alguns dos factos descritos!
O ABORTO É SÓ UM PROBLEMA RELIGIOSO OU ABRANGE OS DIREITOS DO HOMEM?
O aborto ataca os Direitos do Homem. O direito à Vida é a base de todos os outros. O direito de opção, o direito ao uso livre do corpo, o direito de expressão, etc. - todos esses direitos de que as mulheres se arrogam para poderem abortar, têm----nos porque estão vivas, porque lhes permitiram e permitem viver. Ao tirarem a vida aos filhos estão também a roubar-lhes todos os outros direitos.
A Declaração dos Direitos do Homem explicita que os direitos são para todos, independentemente de raça, religião, sexo, etc.. A despenalização do aborto acrescenta um grande “Se” à lista dos Direitos do Homem: todo o ser humano tem direitos, mas só se for desejado pela mãe.
SER CONTRA A DESPENALIZAÇÃO NÃO É SER INTOLERANTE E RADICAL?
Não. O aborto é que é totalmente intolerante e radical para com a criança, porque a mata; não lhe dá quaisquer direitos, não lhe dá opção nenhuma.
Os pró-despenalização têm em conta a posição dum só dos intervenientes: a mulher. O “Não” ao aborto obriga-nos a todos, individualmente e como sociedade, a ter em consideração os dois intervenientes. Ao bebé temos obrigação de proteger e de permitir viver. À mulher temos obrigação de ajudar para que possa criar o seu filho com amor e condições dignas ou para que o possa entregar a quem o faça por ela, através de adopção, etc..
JURAMENTO DE HIPÓCRATES
Ao ser admitido como membro da profissão médica, juro solenemente consagrar a minha vida ao serviço da Humanidade.
Guardarei o respeito e o reconhecimento que são devidos aos meus mestres.
Considerarei a saúde do meu doente como meu primeiro cuidado.
Respeitarei o segredo que me for confiado.
Manterei por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres tradições da profissão médica.
Os meus colegas serão meus irmãos.
Não permitirei que considerações de religião, nacionalidade, raça, política ou condição social se entreponham entre o meu dever e o meu doente.
Guardarei respeito absoluto pela vida humana desde o início, mesmo sob ameaça.
Não farei uso dos meus conhecimentos contra as leis da humanidade.
Faço este juramento solenemente, livremente e pela minha honra.
Olá Paulo, não tenho nenhum blogue, como sabes, mas apoio, e vou votar, Sim. Já é tempo de parar com a hipócrisia de mandar as mulheres portuguesas aos carniceiros, aos vãos de escadas e, depois, humilha-las em tribunal e publicamente.
O sr. ministro da saúde bem sabe que é uma questão de saúde pública e por isso apoia esta luta, esta causa nobre.
Sobre o referendo da despenalização do aborto, aqui fica um site dum grupo que com PÉS E CABEÇA que defende porque é que se deve votar não no dia 11 de Fevereiro
http://www.independentespelonao.org/
Pensemos bem todos, porque acima de tudo é um exame de consciência...
O Ministro da Saúde deveria preocupar-se com a lista de espera das cirurgias em vez de mandar papaias e areia para os olhos dos incautos.
Sim. Eu voto sim...à vida!!!
Sou pelo SIM. Acho que a Igreja Católica tem o direito de aconselhar os seus fiéis a não praticarem aborto em qualquer situação, que não usem o preservativo ou de não se divorciarem. É lá com eles. Mas impor tal convicção a todos os cidadãos é um abuso num Estado que, por Lei, está separado da Igreja.
Também acho que se a Igreja fose coerente deveria propor a pena máxima para todas(os) os que praticassem o aborto, já que afirma que há vida desde a fecundação. Nessa perspectiva o aborto seria sempre um homicídio qualificado, em qualquer circunstância... Porque não tem a coragem de fazer essa proposta? Porque oculta este ponto de vista? Porque manipula sentimentos e foge à razão e ao debate científico?
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