"Não há homem que não se pele por um bom bóbó.
Atenção que eu disse bom, o que, como bem sabemos, não está ao alcance de todas.
E amigas, quem não gosta de fazer, escusa de se esforçar, porque para se fazer um bom "alfinete de peito", só quem tenha verdadeiro amor à arte.
E quando se lhe toma o gosto ... ai, ai que nem vos conto.
Mas o cavalheiro também tem de contribuir para nos fazer crescer água na boca!
E estou a falar de uma contribuição anterior àquele momento em que, já despido ou com as calças junto aos sapatos, ele solicita o nosso "mergulho", umas vezes com palavras, os mais bruscos empurrando a nossa cabeça para baixo e os mais subtis com um sorriso guloso e um olhar malandro em direcção ao "gelado" que nos querem oferecer.
Só que, caros leitores, gelados ... há muitos ! E nem todos são saborosos ! Portanto, há que preparar a "sobremesa".
Isto é, se estão interessados num bom bóbó e não naqueles fretes, tipo - tá bem, que chatice, espero que não me peça nos próximos seis meses, - e com um profundo suspiro lá descem elas à "cave".
E é nesta pequena palavra que reside toda a diferença.
É que as caves, como imaginam, não são sítios lá muito bem cheirosos.
E no tema em causa, é no cheiro que está o paladar !
Portanto, homens, só lavadinhos de fresco ! E bem limpinhos e cheirosos imediatamente antes da coisa, e não com chichi pelo meio, e muito menos com um dia de trabalho com o vosso amiguinho ali fechado dentro das calças, o que, invariavelmente, quer dizer que nos chega ao nariz (que não participando directamente no assunto, está em cima do acontecimento) o infalível cheiro a peixe podre.
E isso, é que não. É insuportável !
Eliminado o entrave inicial, resta combater o problema final.
O maldito do pelinho !
É que, se estamos a falar dos bons, não duvidem: não há bom bóbó sem o pelinho fatal, lá bem no fundinho da garganta, incomodativo e engasgativo, difícil de tirar como o caraças, porque os gajos são fininhos e não saem nem descem.
Uma bolinha de miolo de pão, bem ensopada em saliva, para ver se à passagem o raio do pelo se lhe agarra e vai para baixo, é o truque velho mas nem sempre eficaz.
Portanto, nada como cortar o mal pela raiz, Ou seja, depilação genital e ponto final. Com cera, com laser, com lâmina ou creme, tanto faz, desde que façam ... se querem que a malta o faça e bem feito !"
Gostaram? Comprem o livro "Gosto de homens" e apreciem a ironia fina, a irreverência mas, sobretudo, a elegância da autora ao escrever sobre temas ainda tabus".
NOTA: Texto da autoria de Ana Santa Clara publicado no suplemento do Correio da Manhã.
2 comentários:
:)
pois concordo, ou sem cordo, isto é, sem pelinho hihihi :)
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