"Eu, João José Candeias Correia, sócio nº 732, venho na qualidade de antigo atleta e actual frequentador de fim de semana da piscina do Ginásio, pedir algum espaço do teu “blog” para um desabafo.
É com profunda tristeza que constato o elevado nível de degradação em que se encontra a piscina. Se em relação à qualidade da água não tenho como duvidar dos relatórios afixados, partindo do princípio que tudo está bem, -embora note algum excesso de partículas estranhas que comigo partilham o prazer de umas braçadas-, já no que respeita às instalações, o caso muda de figura.
Fiz parte do grupo daqueles atletas que com um orgulho enorme gritaram bem alto o “vai d’arrinca”, nos dias da inauguração das instalações.
Era o culminar de um projecto que meia dúzia de Ginasistas ousaram sonhar, e que com a ajuda de outros tantos “carolas”, conseguiram tornar realidade. A melhor piscina do Distrito. Era ver o brilho que tínhamos nos olhos quando dizíamos - Sou nadador do Ginásio.
Os anos passam, tudo envelhece, e isso nós sabemos. O que eu não percebo é o porquê das sucessivas Direcções do Ginásio deixarem aquelas instalações chegar ao estado decrépito em que se encontram na actualidade, evidenciando no mínimo uma total falta de respeito não só pelos obreiros do projecto, como também pelos actuais utilizadores da piscina, atletas ou não.
O local onde hoje me equipo, é o mesmo onde me equipava na época. Era só reservado para os atletas. Fazia-nos sentir diferentes. Coisas de adolescentes. Quando me sento no banco para começar a trocar de roupa é inevitável ser invadido durante alguns segundos por aquela nostalgia tranquilizadora que encerram as memórias agradáveis. São só uns breves segundos, porque de repente sou devolvido à realidade pelo frio intenso que se faz passar pela janela sem vidro. A iluminação daquele espaço que conta para o efeito com três lâmpadas, duas não cumprem a sua função mantendo-se teimosamente apagadas à algum tempo.
E no fim do treino? Como sabe bem um duche quente para tonificar os músculos. Engano. Somos brindados com um duche frio. Disseram-me que é fruto de umas obras que fizeram com o intuito de poupar água. Está muito certo, mas a pouca que sai, não dá para sair quente?
Bem sei que está na forja o projecto para a nova piscina, mas enquanto a nova não vem, poupem-nos ao espectáculo degradante que é assistir à agonia da morte daquelas instalações. A piscina está velha e com os dias contados, mas não valerá a pena cuidar dela?
Senhores dirigentes: Acho que seria um acto de muita dignidade da vossa parte se a velha piscina que ao longo da sua vida viu passar pelas suas instalações algumas gerações de Figueirenses, pudesse acabar os seus dias como uma heroína, morrendo de pé"
NOTA: RECEBIDO POR E-MAIL
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