domingo, 16 de julho de 2006

Francis Hime abriu o baú das memórias na Figueira **



A calça e o casaco branco contrastavam com o piano preto. Sozinho em palco, Francis Hime teve direito, ontem à noite, a um cenário especial, pois o fundo típico do palco abriu-se para o jardim exterior do grande auditório do Centro de Artes e Espectáculos (CAE) da Figueira da Foz, envolvendo a sua música em repuxos de água.

Autor de centenas de canções, muitas delas clássicos da Música Popular Brasileira (MPB), o compositor e intérprete tem mais três concertos agendados no país. No dia 19 no Maxime, em Lisboa, no dia 21 no Festival Músicas do Mundo, em Porto Covo (Sines) e no dia 23 no Castelo de Monsaraz (Alto Alentejo).

Em 90 minutos, Hime revisitou 32 anos de carreira ao longo de vinte canções, que tem no repertório temas da sua autoria, compostas em parceria com outros autores que se celebrizaram na MPB, casos de Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Milton Nascimento, entre outros.

Geraldo Carneiro diz que sou o compositor mais promíscuo da música brasileira, devido a tantas parcerias”, brincou o músico, que à beira de completar 67 anos, continua com uma actividade invejável.

“Meu caro amigo”, de Chico Buarque, abriu o caminho a curtas, mas deliciosas, viagens à memória daquele a quem, um dia, Ruy Castro chamou “uma orquestra”. De facto, Hime é compositor, cantor, maestro e instrumentista.

Às apenas 300 pessoas que assistiram ao seu concerto na Figueira, Francis foi contando pequenas histórias introdutórias a cada tema que tocou. Num concerto que privilegiou os álbuns “Essas Parceiras”, “Arquitetura da flor” e “Álbum musical”, o brasileiro foi criando laços de cumplicidade com a plateia.

“Pau Brasil”, de Geraldo Carneiro, encerrou um concerto memorável. “Agora que sei o caminho da Figueira virei mais vezes aqui”, garantiu o maestro, num concerto onde justificou porque é um dos melhores exemplos da união entre a música popular e erudita.

**Por Paulo Dâmaso,
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